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Parintins faz parte dos 30 (trinta) municípios que integram a Mesorregião do Centro Amazonense, assim como também constitui a Microrregião de mesmo nome formada pelos municípios de Maués, Boa Vista do Ramos, Barreirinha, Nhamundá, Urucará e São Sebastião do Uatumã. A cidade está localizada a leste do estado do Amazonas, a margem direita do Rio Amazonas: Segundo o último senso, o município caracteriza-se por ser o mais populoso do estado, com a população estimada em 115.363 habitantes.
A área que corresponde à unidade territorial é de 5.952 km², com limites estabelecidos a Oeste com Urucurituba, Norte: Nhamundá, Leste: Terra Santa e Juruti, no Pará e ao Sul: Barreirinha. A Vegetação é constituída da Floresta Amazônica, Cerrado Amazonense (cerradão) e Campos Naturais de Várzea. A dinâmica geográfica de Parintins obedece a cheia e a seca dos rios amazônicos, os acessos hídricos mais importantes são: o Rio Amazonas, Rio Uaicurapá, Rio Mamurú, os paranás do Ramos, Espírito Santo, Limão e os lagos que banham a cidade: Francesa, Parananema, Macurani e Aninga. A área mais elevada que compõe o relevo de Parintins localiza-se ao lado leste na chamada Serra de Parintins, comunidade da Valéria, cuja altitude mede 157 metros.
A economia de Parintins está baseada na pecuária bovina e bubalina, bem como também agricultura na produção de legumes, hortaliças e frutas tropicais, com ênfase na agricultura familiar, pesca e atividades do terceiro setor como serviços e turismo, caracterizando este, o setor que mais apresentou crescimento no município.
A população de Parintins tem em sua base os aspectos culturais arraigados herdados dos grupos indígenas que habitaram a região, que vem somar as a contribuição europeia, implantada na cidade por meio das missões religiosas da Igreja Católica, a contribuição da cultura africana e de povos imigrantes como japoneses e judeus.
As origens históricas do município de Parintins, em princípio estão diretamente ligadas as populações indígenas que ocupavam a região, formando os primeiros aldeamentos. Os primeiros registros dessas ocupações nas terras de Tupinambarana foram noticiados no século XVI, quando ainda éramos a Província Indígena de Picotas, identificada pelos registros dos viajantes da época. Dos muitos grupos indígenas que ocuparam a a região, destacamos os nativos ferozes Parintintin ou Kagwhiwa, dos quais deriva o nome da cidade, os Munduruku belicosos cortadores de cabeça, inimigos naturais dos Parintintin e os Tupinambá, grupo bastante numeroso vindo do litoral, que incorporaram as menores populações indígenas. Dessa aglutinação entre os nativos e os recem-chegados, nasceu o termo “Tupinambarana”, que posteriormente veio denominar o nome da cidade, Tupinambarana quer dizer, tupi não verdadeiro, referencia feita a união dos grupos nativos da região com os grupos chegados do litoral.
Entre os aspectos de pré-fundação de Parintins, destacamos que em meados de 1660 os padres missionários Manuel Pires e Manuel de Souza, iniciam o trabalho de catequização dos gentios de Tupinambarana. O ano de 1669, em 29 de setembro, com a visita do padre alemão João Felipe de Bettendorff, é oficialmente constituída a Missão de São Miguel de Tupinambara, com uma capela erguida em homenagem ao respectivo santo, no dia de sua consagração 29 de setembro. Em 1723 o nome da missão mudou para São Francisco Xavier dos Tupinambara, denominação que permaneceu até a chegada de José Pedro Cordovil, a região em 1796. Ao mesmo tempo em que ocorria o trabalho de evangelização pelos padres, chega a missão de Tupinambarana, enviado pelo governo do Grão-Pará, o Capitão de Milícias José Pedro Cordovil para trabalhar a agricultura e a pesca. Desse princípio organizador, Cordovil fundou uma fazenda, a qual posteriormente foi elevada a categoria de Missão Vila Nova da Rainha, pelo Capitão-Mor do Pará Conde dos Arcos. A relação instável de Cordovil com os habitantes de Tupinambarana, levou o governo do Pará a reconsiderar a direção da missão, para entregá-la a Frei José das Chagas. Em 1832, Vila Nova foi elevada a categoria de Freguesia, pelo governo do Pará com a denominação de Freguesia de Tupinambarana.
Em 15 de outubro de 1852, a promulgação de uma lei, cria a província do Amazonas, e eleva Parintins a categoria de Vila e Munícipio, com o nome de Vila Bela da Imperatriz. No ano de 1858, a Vila torna-se Comarca de Parintins, oficialmente instalada em 9 de setembro de 1859. Por fim, em 30 de outubro, já na condição de cidade, recebe o atual nome de Parintins, em homenagen aos indígenas de mesmo nome que habitavam a região chamada de Serra da Valéria.
A Lei de 1852 que torna Parintins Vila e Municipio, foi elaborada no ano de 1848, quando o municipio ainda pertencia ao governo do Pará, por motivos legais a lei não teve efeito. 15 de outubro de 1822 é a data considerada oficialmente como a data de fundação da cidade, que celebra neste ano de 2021, 169 anos.
Por conta da sede do município estar situada em uma região com um considerável número de lagos e ilhas, o que torna difícil a construção de estradas e/ou rodovias, o acesso ao município atualmente se dá apenas pelo transporte fluvial e pelo transporte aéreo.
Transporte fluvial – Porto de Parintins
A Estação Hidroviária no Município conta com um grande e movimentado porto, que é considerado o segundo maior do estado e o maior do interior em movimentação de passageiros e atende a quase toda a região Norte, ele localiza-se na zona central da cidade de Parintins e atende os Estados do Amazonas, Pará, Rondônia e áreas do Norte do Mato Grosso.
Diversas embarcações ou Navios/Motores que fazem linha diariamente do município no trecho Parintins/Manaus e outra no trecho Manaus/Parintins, a duração das viagens são de aproximadamente 16 a 19 horas, os passageiros durante o percurso se acomodam em redes ou camarotes, como são chamadas as cabines privadas das embarcações.
Também servem ao município embarcações que tem como destino final de suas viagens ou municípios do Estado do Pará, ou que são oriundas de municípios paraenses e tem como destino final a capital do Amazonas, que fazem escala no município para embarcar ou desembarcar cargas e passageiros.
O Município também possui lanchas rápidas que tem como destino a capital do estado ou a municípios vizinhos, tanto do Estado do Amazonas quanto do Estado do Pará. É um serviço requisitado geralmente por quem quer evitar as demoradas viagens de barco pela região ou por quem quer desfrutar de um serviço de bordo semelhante ao do transporte aéreo, além de outras que fazem escala no município e que tem como destino final municípios do Estado do Pará ou são oriundas do estado vizinho tendo como destino final a capital do Amazonas. A viagem de lancha, de Parintins a Manaus dura cerca de 8 a 10 horas, subindo o Rio Amazonas (contra em média 22 a 24 horas de barco), e de Manaus a Parintins dura cerca de 6 a 8 horas, descendo o Rio Amazonas (contra em média 16 a 18 horas de barco).
A compra dos bilhetes para transporte fluvial pode ser realizada nas agências de viagens credenciadas em Parintins ou na capital, ou também, com os vendedores autorizados diretamente nos terminais portuários de Parintins e da capital.
Transporte Aéreo - Aeroporto Regional de Parintins “Júlio Belém”.
Outra forma de acesso a Parintins são os voos domésticos, que saem diariamente do aeroporto da cidade. O trecho é percorrido sem escalas e a viagem toda dura uma hora. Os bilhetes de passagens podem ser adquiridos em sites na internet ou em agências de viagens.
O Aeródromo de Parintins está situado na Estrada Odovaldo Novo, parte sudoeste da cidade, estando inserido na área de expansão do perímetro urbano é administrado pela Prefeitura Municipal, atualmente.
Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro – Unidade Parintins: funciona no Bumbódromo, possui sala de cinema, biblioteca, memorial dos bois, galeria e visita dirigida a arena do Bumbódromo. Funciona de agosto a maio.
Memorial Japonês: Localizada em frente ao Bumbódromo, a praça de nome TSUKASA UETESUKA, é uma homenagem em reconhecimento ao trabalho da comunidade japonesa a economia do município com o ciclo da juta.
Praça da Liberdade: O espaço conta com representações artísticas de vários períodos históricos de Parintins.
Balneário Cantagalo: localizado na comunidade do Aninga. O local conta com um píer, além de quadras de areia para futebol e voleibol, serviços de bar e restaurante, lanchonete e palco para shows. Local bastante movimentado nos fins de semana e no período do festival.
Mercado Municipal: obra construída ao final do período de Intendência, século XIX, permite que o turista se renda aos sabores regionais lá encontrados. Entre as iguarias, o fritinho de crueira, tapioquinha, etc. Também é possível encontrar um local específico relacionado à saúde, como ervas naturais que pode ser usado no tratamento de doenças. Entre as ervas: quina-da-mata, aroeira, unha de gato, saracura mira, além de óleos e banhas naturais, frutas, comidas típicas e artesanatos que deixam o turista mais próximo da cultura parintinense.
Catedral de Nossa Senhora do Carmo: patrimônio cultural do estado, é o maior templo católico do médio Amazonas, o local concentra diversos turistas no período do festival e no círio de Nossa Senhora do Carmo. O projeto da obra foi realizado por um engenheiro italiano, sendo a obra concluída com a construção da torre no lado esquerdo da Igreja, sob orientação do engenheiro parintinense, Simão Assayag. O interior do templo é decorado com pinturas do Irmão Miguel de Pascale, missionário italiano incentivador das artes em Parintins. Para que o projeto de construção da catedral se realizasse, em 1966 foi realizado o primeiro Festival Folclórico, para com a finalidade de angariar recursos para a construção do templo. A Igreja apresenta uma construção contemporânea. É a edificação mais alta do município e pode ser vista a quilômetros de distância.
Letreiro "Eu Amo Parintins": obra de arte inaugurada no dia 08 de maio de 2021 está localizada no porto da cidade, de frente para o rio Amazonas e foi produzida pelo Coletivo Ártrua, coordenada pelo professor e artista Miguel Carneiro. Aprovado na Lei Aldir Blanc, além do Letreiro, o espaço conta com Muralismo e Monumentos Artísticos que ilustram a identidade do povo parintinense.
Currais de Garantido e Caprichoso: locais onde ocorrem os ensaios que antecipam o festival. Cada boi tem o seu curral, o do Garantido está localizado na Rodovia Odovaldo Novo, km 1, s/n e do Boi Caprichoso, na Rua Gomes de Castro, 685.
Praça Cristo Redentor: fica na orla de Parintins e é local de apresentações artísticas, tornando-se ponto obrigatório de passagem dos visitantes que chegam em centenas de barcos para o Festival. O local conta com serviços de bar, lanchonetes e restaurantes, além do píer utilizado para atracação de barcos regionais.
Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Cruzeiro das Missões e Obelisco de Fundação da Cidade: marco de fundação do núcleo urbano de Parintins. A igreja do Sagrado Coração de Jesus foi a primeira catedral do município, o Cruzeiro, marca a questão religiosa e força católica de construção das missões e por fim o obelisco, marca o primeiro centenário da cidade.
Praia do Uaicurapá: lugar de banhistas nos finais de semana. As águas são límpidas e tem a cor do rio Negro, tendo em sua margem areia branca, além de uma floresta exuberante. A praia de Itaracuera, com uma extensão de mais de um quilômetro, é frequentada durante no período do verão amazônico que vai de agosto a outubro. O acesso só é possível de barco ou lancha. Dependendo do transporte a viagem pode durar de 4:00 h a 1:30 h.
Serra de Parintins: localizada na divisa entre o Amazonas e o Pará, possui uma formação geográfica de 152m de altitude, com uma vegetação rica e espessa, emoldurada pelo Lago da Valéria, um dos atrativos naturais do lugar. Conhecida pelos seus encantos e lendas, com notáveis descobertas arqueológicas, a região faz parte dos cruzeiros turísticos internacionais.
Lago do Aninga: a aproximadamente 10km da cidade de Parintins, está localizada a comunidade do Aninga, banhada pelo lago do mesmo nome. Para quem gosta de pescar, passeios de barco o lago é o destino certo. Não só em junho que a cidade costuma receber turistas, mas durante o ano todo, esses pontos no interior do município atraem muitos visitantes. Além da pesca, outro atrativo do lago do Aninga é o pôr-do-sol nas águas tranquilas, margeadas pela vegetação nativa. Uma boa opção para quem quer tranquilidade.
Temporada de transatlânticos: todos os anos, Parintins recebe turistas do mundo inteiro durante a temporada de transatlânticos. Neste ano, atracaram, na cidade, navios oriundos da Europa e Estados Unidos da América. Um deles é o M/S Fram, que possui bandeira norueguesa e faz cruzeiros em áreas geladas como a Antártica, Fiordes, Escandinávia, Patagônia, Groelândia, Círculo Polar Ártico e que neste ano esteve no Brasil e ancorou em Parintins durante sua expedição pela Amazônia.
GASTRONOMIA
Tacacá de Parintins: muito famoso e bastante procurado. Pode ser encontrado todas as tardes nas ruas da Ilha. Goma, tucupi, jambu, camarão, com cheiro-verde e aquela pimentinha murupi. Quem conhece? Quem nunca parou para saborear o delicioso tacacá na banca da dona Maria, na Avenida Amazonas, próximo ao Brandão de Amorim, ou na dona Marta, na Rio Branco, sem falar na dona Graça na Rua Barreirinha e dona Maia próximo ao Cais do Porto, entre outras. Em Parintins é assim, encontramos de tudo um pouco. O tacacá é uma iguaria regional bastante procurada por visitantes que se envolve pelo cheiro, principalmente no período do Festival Folclórico. Um hábito bastante quente e delicioso.
Bodó no tucupi: um dos peixes naus saborosos da Amazônia, a combinação dos dois sabores faz com que o prato seja muito apreciado pelos visitantes e pela população local
Jaraqui frito: outra obra da culinária parintinenses, um jaraqui frito com pirão de farinha d’água, tem o seu valor.
SERVIÇOS
Triciclos: transporte símbolo de Parintins. Confeccionados com sobras de ferros utilizados em estruturas alegóricas dos bois-bumbás e a parte traseira de bicicletas, os triciclos são marcas registradas do parintinenense. Nos dias do festival e de ancoragem de navios transatlânticos, os veículos são os mais procurados por turistas que querem conhecer os principais pontos turísticos e peculiaridades da ilha tupinambarana. Cada corrida em um triciclo varia de R$ 5,00 a R$ 20,00, dependendo da distância. Segundo dados da associação local de tricicleiros, são aproximadamente 800 triciclos que circulam na cidade.
Textos: Carla Garcia, Larice Butel, Karla Viana e Bruna Karla.
Edição: Bruna Karla
Fotos: Yuri Pinheiro/ Pitter Freitas/ Elcio Farias